Como posicionar as rochas em seu jardim japonês

As rochas são um material importante nos jardins japoneses, por que simbolizam as montanhas sagradas e as ilhas. O mestre paisagista agrupa as rochas entendendo a relação de tamanho, e posição entre elas, seja por tensão ou equilíbrio visual. Por ser um elemento forte, as rochas são poderosos focos de atração visual, portanto, sua posição deve ser cuidadosamente escolhida, seja como rocha isolada ou em agrupamentos.
Composição com lanterna de pedra modelo Yukimi, no jardim botânico do Rio de Janeiro

Associou-se o arranjo de rochas como símbolo dos cinco elementos das cosmologia chinesa.

Porém , a composição mais comum é a representação da trindade budista (Sanzoz-ishigumi), formada por Buda e dois discípulos. 

As rochas preferidas são as naturais , expostas à séculos de ação do tempo , contendo musgos e fissuras. O mestre paisagista sabe qual a face ideal que será visível no jardim.

As rochas tem arranjos clássicos de três, cinco, sete ou mais, evitando arranjos pares. Não podem existir linhas paralelas entre elas, e não devem ter o mesmo tamanho ou altura.

Vistas em elevação, planta ou em perspectiva, os triângulos formados pela união de suas bordas serão sempre assimétricos.

Segundo o paisagista tradicional, a posição da rocha no jardim deve ser a mesma em que foi encontrada na natureza, para não ofender o espírito que habita seu interior, atitude cultuada no animismo da cultura japonesa, origem do Shintoismo, religião predominante no Japão junto com o Budismo.

O oriente sempre intuiu um espírito interno que parece expressar o âmago da natureza, assim, esse valor simbólico deve ser traduzido no arranjo formal nos jardins japoneses.

Composição com Yukimi, no Museu do Bonsai MG